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desidium.

Perguntando-me

se há limite para o desejo

não para o que se deseja

eu digo limite para

o desejo

E essa voz que se pergunta

às vezes percebo ser minha

dai vejo que não

O desejo fala por si

e também deseja

saciar cada gosto

do quarto

agora

escuro

e silencioso

O desejo fala por si

e também deseja

a eternidade do momento

único

que faz do beijo lágrima

e pinta os lábios

desse meu ser

"finito" e "imperfeito"

Ainda perguntando-me

já quase insatisfeito

com o que essa voz

que agora é a minha

responde apenas na cabeça

E a dor que me dói

tem apetite

E a insônia que me cansa

tem sono

e não dorme

E o corpo frágil

anseia proteção

O dia raia de novo

e eu mais uma vez acordo

pensando nos próximos desesperos

Os entrelaços

são os que mais me condenam

e eu sofro

sozinho e calado

pelo que se perpetua

em rimas que não estão sós

A tristeza me faz jurar

que cada passo é festa

E que se existe música

então que se dance

E que se existe amor

então que se ame

E que se existe sentido

então que se vá para frente

E que se existe gente

então que se respeite

E que se existe fé

então que se renove

E que se existe esperança

então que se faça o esperado

E que se existe a possibilidade

então que se mude

E que se existe o encontro

então que se marque

E que se existe o desejo

então que se queira.

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